àgua e sal
sou o insustentável ser que há em mim
sensível e amante
quando triste
enrolo-me em ondas
escondo-me em brumas
deixo a maresia falar por mim
Choro nos dias de tempestade
sacudo-me em gritos mudos
sem nunca desesperar
sou o mar...
Perdido e solto
procurando encontrar-te no meu oceano
onde meu coração vacila
adormece no teu leito
Sou o mar
enrolado nas tuas redes
cansado
fustigado
saudoso
Lembro-me como se agora fosse possível
do cheiro que me impregnaste na alma
das palavras sussurradas no silêncio
do calor de sensações
jeito de ser
dócil...
deste ao meu mar
novas vagas
novos ventos
novos rumos
Sou o mar que há em mim
mergulho no turbilhão dos ventos
que sopram na tua direcção
apelo às brisas
p´lo teu aroma
Sou o mar
que mergulha nas profundezas da noite
num vazio frio
solitário...
sem ti